quarta-feira, março 22, 2006

Pai...



Achei muito legal esse trocadilho. A foto veio de um protesto que um grupo de GLBT cristão fez em frente a embaixada do Vaticano aqui em Brasília no dia 8 de março desse ano, mas pode ser usada para vários momentos (risada maléfica).

Enfim, o protesto ocorreu em reação às políticas de contenção da legalização dos casamentos entre homossexuais pelo mundo incentivadas pelo novo papa Bento Reacionário Queimador de Bruxas da Silva. O grupo, coordenado pelo Estruturação, entregou uma carta de repúdio para ser enviada ao reacionário acima. " Colocar-nos como 'doentes', 'desviantes da natureza' e 'gente pela metade' é propagar e fundamentar atos de violência e exclusão de homossexuais, bissexuais e transgêneros", dizia o documento. Em outro trecho, o ponto destacado foi a crença religiosa. 'O mundo só aceita a fé se ela viver dentro e para o respeito.' O protesto terminou com todos orando o Pai Nosso por uma fé que não discrimina. "

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Fonte: www.paroutudo.com/colunas/estruturação

quarta-feira, março 08, 2006

8 de março, Dia Internacional da Mulher

Eu sei que no ano passado fiz um post parecido, mas não consigo conter esse desabafo...
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Neste dia especial gostaria de dizer para as mulheres e os homens que, sendo uma data simbólica de cunho político, não quero comemorá-la apenas com beijos, abraços, parabéns, desconto em lojas de comésticos e roupas, presentes como batons, espelhos e maquiagem e homenagens que me obrigam à maternidade, emoção e beleza. Muito mais que isso, acredito que esse dia sirva para lembrar de algumas conquistas que realizamos e das muitas que ainda enfrentam resistências de homens e mulheres.
No dia 8 de março, além de um bombom,
* Quero ter o poder de decisão sobre o meu corpo. Quero que seja respeitada a sua configuração estética, o uso sexual que faço dele e a opção de dispo-lo ou não para a maternidade. Além disso, quero que meu corpo não seja mais o meu cartão de visita, a razão de meu viver e o critério para que me respeitem. Quero ser ouvida e respeitada pelo que sou e pelas minhas realizações como ser humano. E garanto que sou muito mais que um corpo.
* Quero que nós, mulheres de todas as rendas, tenhamos acesso a um serviço de saúde seguro para que tenhamos filhos saudáveis; que tenhamos acesso a métodos contraceptivos e que tenhamos acesso ao aborto legal e seguro, ao invés de sermos taxadas de criminosas por estar passando por dificuldades. Quero que seja lembrado que o aborto inseguro é a quarta razão de morte materna e que muitas mulheres não têm voz perante o parceiro para decidir sobre a prevenção de gravidez indesejada, sob pena de sofrer violência. Ao invés de parabéns pelo nosso dia, prefiro que o Projeto de Lei que analisa essa importantíssima questão de saúde pública não desapareça nas gavetas do legislativo.
* Quero que não exista algum um tipo de violência contra a mulher: nem física, nem psicológica, nem moral, nem patriomonial. Para isso, ao invés de ganhar rosas nesse dia, quero que os Projetos de Leis para a prevenção e combate da violência contra a mulher não sejam deixados de lado na Câmara, sabendo que 23% das mulheres são sujeitas a agressões em casa, segundo dados do Banco Interamericano para o Desenvolvimento e sabendo que no estado de Pernambuco, só em 2006, cerca de 74 mulheres já foram assassinadas, em sua maioria crimes de violência doméstica.
* Quero que possamos trabalhar em qualquer área que desejarmos e receber salários que paguem pelo nosso trabalho e não que paguem pelo nosso sexo. Assim como quero entrar nos ambientes políticos e encontrar homens e mulheres decidindo pelo futuro do nosso país e não apenas homens decidindo enquanto mulheres limpam o chão dos plenários. E falando em limpar chão, quero que o trabalho doméstico seja formalizado, e que
ess@s profissionais tenham direito a uma aposentadoria digna, já que constituem 18% d@s trabalhador@s do Brasil (IBGE). Não quero elogios pelo fato de trabalharmos fora e dentro de casa. Mas que se tenha consciência de todo um silêncio sobre a desvalorização das atividades domésticas consideradas obrigações das mulheres. Quero que se lembrem que quando se fala da conquista do mercado de trabalho, pouco se falou sobre como pouco mudou dentro de casa.
*Quero que não exista mais uma educação sexista que remeta papéis fixos e desiguais para homens e mulheres. E que as crianças aprendam, não apenas nas escolas, mas também na família e na mídia, que
tod@s temos capacidades iguais e que devemos ter oportunidades iguais para escolhermos nosso futuro.

Para as mulheres realmente entendem a importância do dia 8 de março - assim como lutam, mesmo que em pequenas atitudes cotidianas pelo respeito às diferenças e pela igualdade – desejo muitas felicidades e força. Para as que acreditam que o dia 8 de março serve para parabenizar pelo quanto são belas e merecem ganhar batons, desejo muita reflexão.